Reservei este post com meu exemplar de Pride and Prejudice ilustrado por Isabel Bishop para dar início ao ano de 2016 com a alegria, pois Orgulho e preconceito é sempre prenúncio de alegria!
Este foi um dos mimos que encontrei por acaso no Brasil e me dei de presente no final do ano. Fotografei o livro e sua caixa para vocês terem uma ideia das ilustrações de Bishop e quando ele for colocado na Biblioteca Jane Austen vocês poderão ver a galeria completa de ilustrações. Uma dessas ilustrações, mais precisamente a que Elizabeth Bennet relê as cartas de Jane e fica cada vez mais zangada com Mr, Darcy, estará na nota de 10 libras que será lançada este ano no Reino Unido.
Outra particularidade desta edição é o posfácio escrito pela ilustradora que traduzo aqui para vocês.
ESTES DESENHOS , para Orgulho e preconceito, visam somente proclamar meu particular deleite com o livro – eles não estão tentando a tarefa impossível de embelezar um trabalho já completo e perfeito.
Mas meu envolvimento com este comprometimento tem a ver também, com meus sentimentos – descontroladamente presunçoso – que Jane Austen ao lidar com problemas de escritor, certos fatos menores dizem respeito (com a maior distancia possível) aos meus próprios esforços como artista com mais de cinquenta anos. Eles são: ela não descreve, em detalhes, ambientes; enquanto ela dá a você de imediato o contexto social de seu personagens, ela se cala em no contexto maior (você não sabe a situação econômica geral, ou se a Inglaterra está em guerra); ela não permite que você se importe com que as pessoas usavam, ou mesmo sobre detalhes de suas fisionomias! Ela direciona as questões que você tem permissão de perguntar – ela proíbe qualquer impulso que se pergunte outras! Isto parece negativo. (Ela mesma disse sobre seus métodos que ela “podava e cortava'”!¹). Ao final o que ela apresenta como importante convence você completamente, em sua plenitude e humor, e sua importância assume grandiosidade.
Em outras palavras, ela limita seus problemas estéticos e, no caso dela, ganha grande poder através disso.
Que lição para a arte visual! De fato, todo período “moderno” de pintuira (desde 1910) tem se preocupado com alguns aspectos desse problema. Isabel Bishop
NOTA
¹ A expressão “lop’t and crop’t”, no original, que ao pé da letra seria traduzido como “podar e cortar”, mas sem as contrações do inglês, é também em si um exemplo para descrever sua maneira de revisar de seus manuscritos resultando em seus textos enxutos e claros..
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Muito interessante o comentário da ilustradora, mostrando a visão moderna de Jane Austen sobre arte em geral e não apenas Literatura, expressa na sua prática!
PS: concordo totalmente com a interpretação de que a contração usada por jane Austen é uma forma de reiterar a necessidade da edição dos textos.
Um abraço de Ano Novo,
Luiz Henrique
Luiz Henrique,
ainda não olhei com atenção as ilustrações, farei isso quando colocar na Biblioteca, e me inspirar vai render um post.
Um abraço e um bom ano para você e sua família!