Nome: Vera Santos
Colaboradora do Jane Austen Portugal
Cidade: Porto
Profissão: Assistente administrativa
Blogue pessoal: Random Thoughts
Colaboradora nos blogues: Na Cabeceira & Great Minds Think Alike
Hobbies: Nos meus tempos livres gosto de ler, em especial Jane Austen como não podia deixar de ser e claro que adoro ver as respectivas adaptações. Grande parte das minhas leituras são focadas nos chamados clássicos da Literatura e são também as séries e filmes que adaptam estes livros que têm a minha preferência na hora de escolher um filme ou série para ver.
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Vera, qual sua opinião sobre Sensibilidade e Bom Senso e sobre Orgulho e Preconceito?
Jane Austen é frequentemente acusada de escrever sempre sobre o mesmo e dos livros serem todos iguais. São acusações injustas e que qualquer pessoa mais informada percebe não serem verdade. Qualquer escritor tem os seus temas, aquilo que muitas vezes os académicos chamam de demónios pessoais e que são exorcizados através da escrita.
Na obra de Jane Austen não existem dois livros iguais. Em Sensibilidade e Bom Senso e Orgulho e Preconceito podemos comprovar isso mesmo. As obras são diferentes. Orgulho e Preconceito é quase sempre o primeiro contacto que os leitores têm com a obra de Jane Austen, muito por culpa da adaptação da BBC em 1995 e do filme de 2005. É um livro que cai muito no gosto das pessoas, é divertido, inteligente e há sempre muitas coisas a acontecer, tantas que por vezes precisamos de parar um pouco para perceber e tomar folego. O drama das irmãs Bennet é tratado de uma forma descontraída mas nem por isso é feito de uma forma leviana. Eu considero-o um livro genial porque tudo encaixa tão bem e de uma forma tão perfeita. Em alguns livros isso não acontece e muitas vezes as coincidências ou acontecimentos parecem forçados.
Sensibilidade e Bom Senso é mais parado, é um livro que vamos apreciando, saboreando e muitas vezes só depois de lermos várias vezes é que começamos a apreciá-lo verdadeiramente.
Num clube do livro que tivemos aqui no Porto e que infelizmente não durou muito, a minha colega de blogue Cátia disse na altura que Sensibilidade e Bom Senso é uma obra sobre a mulher e eu depois de pensar sobre isso, só posso concordar. Há uma forte presença feminina neste livro, possivelmente maior que noutros escritos por Jane Austen. O livro fala de várias mulheres em várias vezes da sua vida, desde a moça que quer casar por amor (irmãs Dashwood) à mulher que fica viúva ( Mrs. Dashwood) passando pela jovem ambiciosa que fará tudo para conseguir um bom casamento: Lucy Steele.
De uma maneira geral, eu diria que Sensibilidade e Bom Senso é uma obra que aprendemos a apreciar com o tempo, pelo menos a maioria dos leitores, enquanto Orgulho e Preconceito é quase sempre amor à primeira vista.
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Vera,
nunca havia pensado sobre esse aspecto de Bom senso e sensibilidade.
Creio que Jane escreve sobre o ser humano, que podemos dizer que é o mesmo tema, um vastíssimo tema!
Mais uma vez, muito obrigada pela entrevista!
Concordo com Vera quando diz que “Bom Senso e Sensibilidade” é mais parado em relação a Orgulho e Preconceito. Apesar de ter gostado muito do livro, acho que este é um dos motivos pelos quais ele não está no meu Top 3 dos livros favoritos de Jane.
Havia programado reler no ano passado, mas não foi possível. Mas com certeza ainda o farei.
Júnior,
se comparado a Orgulho é mais parado mesmo, mas se formos até Mansfield Park, aí muda de figura!