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O Natal nos livros de Jane Austen, este post, suspendi a publicação automática que estava programada para as primeiras horas do dia 25 e só agora consegui entrar na internet. Motivo da suspensão: recebi inesperadamente meu presente de Natal na manhã do dia 24 quando já não tinha tempo para mais nada mas queria compartilhar o meu presente com vocês – meu box Jane Austen BBC series.

Atrasadinha, pois o vinho ontem e hoje estava excelente, mas fotografei e troquei as imagens do post.

Na época de Jane Austen, quando as pessoas moravam relativamente longe e os transportes eram caros, as pessoas aproveitavam as datas festivas para se reunirem e ficar alguns dias nas casas de amigos e parentes. O Natal era uma dessas datas como podemos ler nos trechos abaixo dos seis livros da autora.

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O convite da senhora Palmer, em Razão e sentimento,  é quase um pedido de favor para que as irmãs Dashwood passem o Natal com eles em Cleveland. Pelo que se pode ver quanto mais gente, melhor!

“Oh, my dear Miss Dashwood,” said Mrs. Palmer soon afterwards, “I have got such a favour to ask of you and your sister. Will you come and spend some time at Cleveland this Christmas? Now, pray do – and come while the Westons are with us. You cannot think how happy I shall be! It will be quite delightful!

— Minha cara Miss Dashwood, disse a senhora Palmer logo depois, tenho um grande favor a lhe pedir, bem como à sua irmã. Querem vir passar alguns dias em Cleveland, este ano, pelo natal? Apareçam enquanto os Weston estiverem lá. Não imaginam como ficarei contente. Será uma delícia. | cap. 20, trad. Dinah Silveira de Queiroz |

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Em Orgulho e preconceito vemos que as famílias costumavam passar o Natal juntos e distribuir presentes.

On the following Monday, Mrs. Bennet had the pleasure of receiving her brother and his wife, who came as usual to spend the Christmas at Longbourn. […] The first part of Mrs. Gardiner’s business on her arrival, was to distribute her presents and describe the newest fashions. When this was done, she had a less active part to play.

Na segunda-feira seguinte, a senhora Bennet teve o prazer de receber seu irmão e sua cunhada, que iam,  como de costume, passar o Natal em Longbourne.  […] Os primeiros momentos da chegada da senhora Gardiner consistiram na distribuição dos presentes que trazia e na descrição da moda mais recente. Feito isso, o seu papel se tornou menos ativo. | cap. 25, trad. Lúcio Cardoso |

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Uma das alegrias de Fanny Price, recém chegada a casa dos tios, foi a visita do irmão William, convidado a passar a semana de Natal em Mansfield Park antes de ingressar na Marinha.

Luckily the visit happened in the Christmas holidays, when she could directly look for comfort to her cousin Edmund; and he told her such charming things of what William was to do, and be hereafter, in consequence of his profession, as made her gradually admit that the separation might have some use.

Felizmente isso se deu justamente nas férias de Natal, de forma que Fanny pôde encontrar consolo junto ao primo Edmund; e ele lhe falou com tanta simpatia de William, das coisas formidáveis que ele viria a fazer em razão da profissão que abraçara, que finalmente ela se convenceu de que a separação só poderia lhe ser útil. | cap. 2, trad. Rachel de Queiroz |

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O senhor Knightley conversa com a senhora Weston sobre as qualidades e defeitos de Emma e promete melhorar seu humor quando chegar o Natal com a família toda reunida.

“Very well; I will not plague you any more. Emma shall be an angel, and I will keep my spleen to myself till Christmas brings John and Isabella. John loves Emma with a reasonable and therefore not a blind affection, and Isabella always thinks as he does; except when he is not quite frightened enough about the children. I am sure of having their opinions with me.”

Pois bem, não vou importuná-la por mais tempo. Emma continuará a ser um anjo e eu guardarei meu mau-humor para mim mesmo até John e Isabella virem para o Natal. John adora Emma, tem por ela uma racional, portanto nada cega, afeição, e Isabella sempre pensa como ele, exceto quando ele não está tão preocupado quanto ela com as crianças. | cap. 5, trad. Ivo Barroso |

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Ah! o Natal em família… Quem não tem uma Mary Musgrove para reclamar de alguma coisa? Ainda escreverei um pequeno tratado psicológico da pobre Mary.

“My dear Anne, – I make no apology for my silence, because I know how little people think of letters in such a place as Bath. You must be a great deal too happy to care for Uppercross, which, as you well know, affords little to write about. We have had a very dull Christmas; Mr. and Mrs. Musgrove have not had one dinner party all the holidays. I do not reckon the Hayters as anybody.

Minha querida Anne:
Não peço desculpas por meu silêncio, pois sei como as pessoas tem pouco tempo para pensar em cartas num lugar como Bath. Deve estar feliz demais para se importar com Uppercross que, como sabe, tem pouco o que se escrever. Tivemos um Natal muito triste; o Sr. e a Sra. Musgrove não deram um único jantar durante todos os feriados. Não conto os Hayters como alguém. | cap. 18, trad. Luiza Lobo |

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O Natal era também uma ótima ocasião para namorar, com tantos convidados, sempre havia alguém de fora, como James Morland na casa dos Thorpes!

“You are so like your dear brother,” continued Isabella, “that I quite doated on you the first moment I saw you. But so it always is with me; the first moment settles every thing. The very first day that Morland came to us last Christmas — the very first moment I beheld him — my heart was irrecoverably gone.

— Você é tão semelhante ao seu querido irmão, Catherine — continuava Isabella —, que eu me apaixonei por você desde o primeiro momento. Para mim é sempre assim, o primeiro momento decide tudo. No dia que Morland foi à nossa casa, no último Natal, no instante que o vi, meu coração era seu, irrevogavelmente. | cap. 15, trad. Lêdo Ivo |

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16 comentários

  1. Ah! Que lindo!!! Raquel que região são os dvds e onde você os comprou?

    1. Nique,
      os DVDs são região 1 e eu os comprei pela Amazon. Farei um post falando um pouco sobre eles e darei mais detalhes.

  2. Bela coleção. 🙂

    Queria te perguntar… por acaso teria como comprar a edição Amor e Amizade portuguesa estando no Brasil? ñ encontro nas livrarias… ai ai :S

    1. Letícia,

      você pode enviar um mail para livraria Cultura e perguntar se eles encomendam esse livro para você ou então comprar em sites portugueses.

  3. Bem… dá pra perceber que já na Regência o Natal era algo exasperante.

    A sorte de Austen era que ainda não havia o Tannenbaum no cavaquinho, as festas da firrrrma e a liquidação das Casas Bahia.

  4. é verdade, jane austen retrata quase sempre o Natal nas suas obras…
    foi muito giro rever esses momentos natalicios das suas obras!

    clara

    1. Clara,
      é muito bom descobrir nosso cotidiano nos livros de Jane Austen!

  5. EEEEEEEE!!!
    Finalmente está com eles?!!? Adorou, certamente. Quer dizer, INDEED. Aproveita bem!!!
    Feliz Natal atrasado e um Feliz Ano Novo.
    bjuus bjuuusss
    Dálete

    1. Dálete,
      garota… que bom ver você! Por favor, me avise quando vier a São Paulo.

      Estou adorando, já testei todos, mas ainda não consegui assistir. Beijocas mils, e ótimo ano para vocês também!

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