O título escolhido para a edição portuguesa de Sense and Sensibility da editora Europa-América foi Sensibilidade e bom senso, invertendo os termos do original.

Sempre me pergunto se foi escolha do tradutor ou da editora. Mas vamos a tradução do primeiro parágrafo por Maria Luísa Ferreira da Costa.

Havia muito que a família Dashwood se instalara no Sussex. A sua propriedade era grande e mesmo no centro situava-se Norland Park, a sua residência, onde há muitas gerações viviam tão respeitavelmente que conseguiram conquistar a consideração de quem nas redondezas os conhecia. O antigo dono desta propriedade era um homem solteiro, que viveu até avançada idade e teve durante a maior parte de sua vida, como constante companhia, a sua irmã, que também se ocupava do governo da casa. Mas a morte dela, ocorrida dez anos antes da sua, produziu na casa enormes alterações. Para compensar a sua perda convidou para conviver consigo a família do seu sobrinho, Mr. Henry Dashwood, o herdeiro legítimo da propriedade Norland e a quem verdadeiramente tencionava deixá-la. Os dias do velho senhor passaram-se agradavelmente na companhia do seu sobrinho, sobrinha e respectivas filhas. A sua amizade por todos eles aumentou. A constante preocupação de Mr. e Mrs. Henry Dashwood em lhe satisfazerem todos os seus desejos, o que não era apenas motivado pelo interesse, mas também pela bondade, proporcionou-lhe todo o conforto que a sua idade tornara possível e, para tornar ainda mais agradável a sua existência, tinha a alegria das crianças.
TRAD.:  Maria Luísa Ferreira da Costa

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6 comentários

    1. Alexandra,

      não quero me precipitar, mas também achei estranho esse primeiro parágrafo…

  1. Neste último final de semana comprei um livro de Razão e Sensibilidade da Editora Martin Claret, e tradução por Roberto Leal Ferreira, e o começo é igual á esse texto.
    Aliás, estou adorando, é simplesmente maravilhoso. Agradeço á você Raquel, pois foi graças á você e ao seu site, que a minha vida mudou e agora leio com mais frequência.
    Aqui onde moro em Cuiabá, não achei Orgulho e Preconceito que é o meu preferido, com a capa do filme (só por causa do Matthew Macfadyen).
    Bjos

    1. Denise,

      é uma delícia descobrir as possibilidades de dizer a mesma coisa com palavras diferentes. Claro que às vezes achamos algumas terríveis!

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