Rodrigo Simonsen, que conhecemos pela publicação do livro A fórmula do amor, de Elizabeth Kantor, está lançando outro livro de Kantor, o Guia Politicamente Incorreto da Literatura onde nossa Jane é uma das mencionadas. Fico imaginando qual livro a terá qualificado para tanto. Meu palpite é Persuasão.
Qual é o palpite de vocês?
Detalhe importante, este livo será publicado pela nova editora de Rodrigo, a Simonsen, que lançou usando uma campanha de crowdfunding, essa nova maneira de financiar publicações e que vocês podem participar e ao mesmo tempo garantir seu exemplar. Vejam neste link como funciona e como vocês podem participar.
Aproveito para mencionar outra campanha da editora Simonsen, O outro lado do feminismo, de Suzanne Venker e Phyllis Schlafly, e desse modo faço um contraponto ao post “feminismo e Jane Austen” que indiquei semana passada pois sei que tenho leitoras em todo espectro desse tema.
IMAGEM: Jane Austen de um exemplar de Pride and Prejudice publicado pela Dodd, Mead & Company em 1945.
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Eu pensei em Mansfield Park!
Mell,
qual motivo ou passagem de Mansfield você acha que o enquadraria em algo politicamente incorreto?
Abadia de Northanger, se bem me lembro, o filho Mr. Tilney contraria o pai e fica com a expulsa e não bem vinda Catherine Morland…
Na época os livros, sobretudo “romances para ladies” deveriam estimular a obediência paternal…
Raquel, várias interações entre as personagens naqueles ensaios para a peça eram bastante incorretos pro período. E em Persuasão, o que você imagina?
Mell,
no capítulo 6, ficamos sabendo que os Musgrove tiveram um filho que serviu durante 6 meses na marinha inglesa, mais precisamente no navio Laconia sob o comando do capitão Wentworth. E nesse período foi a única vez que escreveu para os pais, o pois o tal Dick Musgrove não valia um traque! E essa informação temos via a narração de Jane no trecho a seguir sobre a infelicidade de ter um filho problemático e a “sorte” (grifo meu) de perdê-lo antes dos vinte anos. Em inglês, pois estou longe da casa…
The real circumstances of this pathetic piece of family history were, that the Musgroves had had the ill fortune of a very troublesome, hopeless son; and the good fortune to lose him before he reached his twentieth year; that he had been sent to sea because he was stupid and unmanageable on shore; that he had been very little cared for at any time by his family, though quite as much as he deserved; seldom heard of, and scarcely at all regretted, when the intelligence of his death abroad had worked its way to Uppercross, two years before.
He had, in fact, though his sisters were now doing all they could for him, by calling him “poor Richard,” been nothing better than a thick-headed, unfeeling, unprofitable Dick Musgrove, who had never done anything to entitle himself to more than the abbreviation of his name, living or dead.
Raquel, de fato, altamente politicamente incorreto!
Mell,
foi o que pensei e como a narradora é a própria autora, é Jane, a malvada!