Ou, a inveja mata, minha filha…
Desculpem-me. Não consegui resistir a um subtítulo maldosinho já que estou falando de duas criaturas que não eram santas, mas certamente adoráveis! É uma pena que tenhamos somente a opinião de uma delas. Seria divertido saber o que Jane diria da obra de Charlotte!
O texto abaixo copiei do livro Jane Austen: Emma e já havia mencionado aqui e aqui. Com vocês parte de uma carta de Charlotte Brontë escrita para seu editor, William Smith Williams em 1850, onde comenta, não sem um tanto de maldade, a obra Jane Austen (os negritos são meus, e são comentados no final do texto):
I have likewise read one of Miss Austen’s works – Emma – read it with interest and with just the degree of admiration which Miss Austen herself would have thought sensible and suitable. Anything like warmth or enthusiasm – anything energetic, poignant, heart-felt is utterly out of place in commending these works: all such demonstration the authoress would have met with a well-bred sneer, would have calmly scorned as outré and extravagant. She does her business of delineating the surface of the lives of genteel English people curiously well. There is a Chinese fidelity, a miniature delicacy in the painting. She ruffles her reader by nothing vehement, disturbs him by nothing profound. The passions are perfectly unknown to her; she rejects even a speaking acquaintance with that stormy sisterhood. Even to the feelings she vouchsafes no more than an occasional graceful but distant recognition – too frequent converse with them would ruffle the smooth elegance of her progress. Her business is not half so much with the human heart as with the human eyes, mouth, hands, and feet. What sees keenly, speaks aptly, moves flexibly, it suits her to study; but what throbs fast and full, though hidden, what the blood rushes through, what is the unseen seat of life and the sentient target of death – this Miss Austen ignores. She no more, with her mind’s eye, beholds the heart of her race than each man, with bodily vision, sees the heart in his heaving breast. Jane Austen was a complete and most sensible lady, but a very incomplete and rather insensible (not senseless) woman. If this is heresy, I cannot help it.If I said it to some people (Lewes for instance) they would directly accuse me of advocating exaggerated heroics, but I am not afraid of your falling into anny such vulgar error. (from letter to W. S. Williams, 1850)
Eu também li uma das obras de Miss Austen – Emma – a li com interesse e com o grau de admiração que a própria Miss Austen teria pensado ser sensato e adequado. Qualquer coisa como calorosa ou entusiástica – qualquer coisa vigorosa, pungente, ardente, está completamente fora de questão em recomendar estes trabalhos: todas estas demonstrações a autora teria considerado com refinado desdém e teria calmamente desprezado como excêntrico e extravagante. Ela faz o seu trabalho delineando apenas a superfície da vida dos ingleses bem-nascidos. Curiosamente bem. Há uma fidelidade meticulosa, uma delicadeza como a encontrada nas miniaturas no que ela descreve. Ela enfada seu leitor por nada veemente, perturba-o por nada profundo. Paixões são completamente desconhecidas para ela. Ela rejeita até mesmo uma conversa com mais familiaridade nessa tempestuosa irmandade. Mesmo para os sentimentos ela concede não mais do que um ocasional e gracioso mas distante reconhecimento – conversas freqüentes com eles enfadaria a elegância do andamento de seu trabalho. Seu negócio não é nem a metade com o coração humano bem como com os olhos, a boca, as mãos e os pés. O que vê aguçadamente, fala acertadamente, move-se com desenvoltura, isto sim adéqua-se para seu estudo; mas o que palpita rápido e completo, embora oculto, o que o sangue carrega apressadamente, o que é a invisível base da vida e o certeiro alvo da morte – isto, Miss Austen ignora. Ela, com seus olhos da mente, não mais contempla o coração de sua raça [humana] do que cada homem com sua visão física vê o coração em seu peito pulsando. Jane Austen foi uma senhora muito sensata mas uam mulher incompleta e bastante insensível (não insensata). Se isto é heresia, não posso fazer nada. Se eu dissesse isso para algumas pessoas (Lewes, por exemplo) eles [Lewes e os outros] prontamente me acusariam de preconizar heroísmo exagerado, mas eu não tenho medo de você cair em um erro tão grosseiro.
Imagem do site Old Literary Postcards que vende também itens sobre Jane Austen
Sei muito pouco sobre Charlotte Brontë e fiquei curiosa para saber o motivo de uma crítica tão ácida sobre o trabalho de Jane. Acho que posso dizer agora que descobri lendo sobre o assunto no maravilhoso Republic of Pemberley (sobre este site preciso fazer um bom post pois ele é uma fonte preciosa sobre Jane Austen, aguardem!) Pois bem, ao que tudo indica o senhor Lewes, após a publicação de Jane Eyre, recomendou a Charlotte “escrever menos melodramaticamente”, como Jane Austen… Ela respondeu em carta de 1848, 12 de janeiro,
Why do you like Miss Austen so very much? I am puzzled on that point. What induced you to say that you would rather have written Pride and Prejudice or Tom Jones, than any of the Waverley novels?
I had not seen Pride and Prejudice till I had read that sentence of yours, and then I got the book. And what did I find? An accurate daguerrotyped [photographed] portrait of a commonplace face; a carefully fenced, highly cultivated garden, with neat borders and delicate flowers; but no glance of a bright vivid physiognomy, no open country, no fresh air, no blue hill, no bonny beck [stream]. I should hardly like to live with her ladies and gentlemen, in their elegant but confined houses. These observations will probably irritate you. but I shall run the risk.
Now I can understand admiration of George Sand [Lucie Aurore Dupin]…she has a grasp of mind which, if I cannot fully comprehend, I can very deeply respect: she is sagacious and profound; Miss Austen is only shrewd and observant.”
You say I must familiarise my mind with the fact that “Miss Austen is not a poetess, has no ‘sentiment'” (you scornfully enclose the word in inverted commas), has no eloquence, none of the ravishing enthusiasm of poetry”; and then you add, I must “learn to acknowledge her as one of the greatest artists, of the greatest painters of human character, and one of the writers with the nicest sense of means to an end that ever lived”.
The last point only will I ever acknowledge. … Miss Austen being, as you say, without “sentiment”, without poetry, maybe is sensible (more real than true), but she cannot be great.
Por que você gosta tanto de Miss Austen? Eu fico intrigada sobre essa preferência. O que o leva a dizer que preferia ter escrito Orgulho e preconceito ou Tom Jones do que os romances Waverley?
Eu não tinha visto Orgulho e preconceito até ter lido sua frase e então eu apanhei o livro. E o que eu achei? Um apurado daguerreótipo (fotografia). Um retrato de tipos comuns; um jardim muito bem cultivado, cuidadosamente cercado com canteiros de bordas bem delineadas e delicadas flores; mas nenhum vislumbre de uma fisionomia brilhante e vívida, nem um lugar aberto, nenhum um ar fresco, nenhum monte azulado**, nenhum riacho (córrego). Eu dificilmente gostaria de conviver suas [de Jane] senhoras e cavalheiros, em suas elegantes mas confinadas residências. Estas observações provavelmente irritarão você, mas eu correrei o risco. Entretanto eu posso entender a admiração por George Sand [Lucie Aurore Dupin]… ela tem uma compreensão da mente a qual, emnbora eu não consiga capreender totalmente, eu posso respeitar profundamente: ela é sagaz e intensa; Miss Austen é apenas astuta e observadora.
Você diz que devo familiarizar minha mente com o fato de que “Miss Austen não é uma poetisa, não tem ‘sentimentos'” (você desdenhosamente colocou a palavra entre aspas), “não tem eloqüência, nada do entusiasmo arrebatador [próprio] da poesia”; e então você acrescenta, eu “devo apreender a reconhecê-la como um dos maiores artistas, dos grandes pintores da natureza humana e um dos escritores com o mais agradável senso de meios para um fim que se conhece. O último ponto, somente, eu reconhecerei. … Miss Austen sendo, como você diz, sem “sentimentos”, sem poesia, talvez seja sensata (mais real do que verdadeira), mas ela não pode ser grande.
Primeira edição de Jane Eyre do site Biblio.com por modesto $12,000.00
E para completar mais um trecho de outra carta, creio que para o mesmo senhor Lewes, que consta na biografia de Charlotte Brontë, escrita por Elizabeth Gaskell:
Whenever I do write another book, I think I will have nothing of what you call “melodrama.” I think so, but I am not sure. I think, too, I will endeavour to follow the counsel which shines out of Miss Austen’s “mild eyes”, to finish more, and be more subdued; but neither am I sure of that.
Sempre que eu escrever um outro livro, eu acredito que não terá nada daquilo que você chama de “melodrama”. Eu acredito, mas não tenho certeza. Penso também, em esforçar-me por seguir o conselho proclamado pela “modesta visão” de Miss Austen’s, para finalizar melhor, e ser mais moderada; mas também não estou certa disso.
Tradução mea culpa. E muitos pontos ficaram vagos, comento alguns abaixo. Sintam-se à vontade para comentar e sugerir.
stormy sisterhood | tempestuosa irmandade – Charlote menciona que leu um livro de Jane na carta de 1850 – Emma. Mas Emma, a personagem, tem apenas uma irmã com quem pouco convive e é quase irrelevante na trama. Na carta de 1848 ela diz que leu Orgulho e preconceito, presumo então que se refira às irmãs Bennet. Na minha opinião o relacionamento das Dashwood, das Elliot e das Bertram é muito mais tempestuoso do que das Bennets. Cá pra nós, ela leu toda a obra de Jane!
blue hill | monte azulado, belas paisagens (?) – uma metáfora que não entendi direito e não me ocorreu nada em português.
one of the greatest artists, of the greatest painters of human character | um dos maiores artistas, dos grandes pintores da natureza humana – aqui traduzi sem colocar no feminino pois entendi que Lewes colocava Jane entre os grandes artistas independente de seu sexo.
but she cannot be great | mas ela não pode ser grande – Ai, ai…
shines out of Miss Austen’s “mild eyes” | proclamado pela “modesta visão” de Miss Austen – Esta frase inteira ficou muito esquisita… mas tentarei explicar: shine out significa a opinião muito elevada que a pessoa tem de si mesmo e mild eyes seria um olhar suave, modesto, quase submisso. Resumindo e numa tradução atual ficaria assim: Juro que vou me esforçar em seguir o conselho que emana de criatura tão modesta e tão meiginha…
Ao que tudo indica, se o senhor Lewes não tivesse ferido o orgulho Charlotte, ela poderia ter perdoado Jane por ser tão, como direi… tão orgulhosa de seu trabalho. Acho que “citei” Elizabeth Bennet por vias tortas!
- Livros gratuitos (em inglês) de Charlotte Brontë: no GirleBooks, Jane Eyre e Villete e no Project Gutenberg, Jane Eyre, The Professor e Villete.
- Na Estante Virtual achei uma tradução de Shirley (21.abr.09) por 20 reais, me parece uma boa pedida.
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Uou! Nunca li Charlotte, mas adoro o filme Jane Eyre, o em preto e branco, de 1930 e pouco.
O engraçado, é que mais de uma vez já me perguntaram se Jane Eyre era de Austen. Me pergunto o que Charlotte acharia dessa confusão de autoria!hahaha
Mell,
acredito que ela ficaria passada!
Que interessante esta carta, ler a sua tradução foi como voltar no tempo…Conheço Charlotte Bronte mas não a sua obra, já a sua irmã, a Emily Bronte, autora de O Morro dos Ventos Uivantes, desta sou fã!
Erika
seja bem-vinda, desta vez ao Jane Austen em português! Eu gosto das irmãs Brontë mas prefiro Jane Eyre ao Morro Uivantes.
Olá!!!
Eu adoro o livro “Jane Eyre”, é um dos meus favoritos. É engraçado ver que Charlotte Brontë não era muito fã da escrita de Jane austen, mas temos de reconhecer que ambas eram excelentes escritoras…
Ema,
eram sim! mas este senhor Lewes era uma criatura sem tato, não concordas?
que interessante. E a foto da Bronte (repare no olhar de soslaio dela!) combinou bem com o seu subtítulo hehehe
bjos,
rebeca
Rebeca,
eu não havia percebido o “olhar de soslaio”! beijos
adorei o post! bacana (em parte) saber que a nossa querida jane austen era invejada ou melhor odiada por alguem…
o que me assustou um pouco foi ter visto a fisionomia da “invejosa” Charlotte rsrsrsrs
Mayara,
ah, coitada! (rindo muito aqui!)
O livro Jane Eyre está na minha listinha, mas enquanto não entrar de férias na faculdade fica difícil de ler qualquer outro livro que nao seja relacionado à vida acadêmica. O engraçado é que muitas pessoas não suportam o sucesso das outras… Ela poderia ter respondido de outra forma, afinal ninguém é obrigado a gostar de Jane, mas como se diz na gíria, escorria o veneno enquanto ela falava!
Vanessa,
eu sou da opinião que o senhor Lewes não teve muito tato em sua crítica, mas mesmo assim haveria outras maneiras de rebatê-lo.
E você tem toda razão, tem pessoas não suporta o sucesso de outros, nem tendo o seu próprio sucesso. Tudo muito humano, claro! Tanto que eu também não resisti e coloquei minha pitada de veneno!
maravilhoso! entendo melhor por que nunca consegui ler jane eyre inteiro, nem assistir ao filme todo. e que ressentimento o da enfurecida madame! acho a austen uma das mais cômicas, cáusticas, ferinas, críticas, divertidas, desbocadas escritas inglesas que conheço! chega a ser absurda de tão impiedosa gozadora que é. na família brontë, adoro wuthering heights, que me parece um tour de force do romantismo desbragado, o malabarismo virtuose de uma grande artista para não se afundar num sentimentalismo grotesco, salvo da beira do abismo do kitsch à la david lynch por uma rara força existencial e literária, comparável ao também grandioso e insuperável kitsch melodramático dos irmãos karamazov. mas jane eyre! arghhhh! o que consegui ler dela tem todos os defeitos da irmã e nenhuma de suas virtudes. eta alminha seca revestida de autopiedade, que enverga como se fosse o manto do heroísmo!
Denise!
gostei do alminha seca! eu li Jane Eyre há muito tempo… tanto que não lembro de detalhes e confesso que os morros uivantes não me encantam, Catherine me cansa com suas birrinhas e o sofrido Heathcliff também não me comove, mas quer saber, gostei do Tennant of Wildfell Hall, vai saber o motivo!
Adorei o post!!! Muito oportuno. Estou acabando de ler Jane Eyre e simplesmente adorei. A história é maravilhosa, Charlote é ótima. Ainda não posso detalhar minha definição de sua escrita ,mas sem dúvida será muito positiva. Não ousei compará-la com Austen. Ao que me parece, tirando as observações um tanto exaltadas pelo orgulho ferido com a comparação (“Ela enfada seu leitor por nada veemente, perturba-o por nada profundo. Paixões são completamente desconhecidas para ela(…)Seu negócio não é nem a metade com o coração humano(…)”), ela está certa. A escrita de Jane é bem mais leve e sem pretensões apaixonadas que a dela. Austen apenas descreve e nessa descrição ela arrebata tudo que ela não sente ao escrever. E por quê? Porque “Miss Austen é apenas astuta e observadora”. É verdade que Charlote parece, nessa carta, muito venenosa. E quem, que tivesse o mínimo de amor próprio, não teria sido, ao ser comparada com uma escritora famosa de seu tempo da qual diferia em muito? Mas não acho que ela tenha sido mesquinha e invejosa. Ela, como todo gênio, merece ter um ego grande. E, ai daquele que o tentar ferir!
Bjs a todos. Parabéns pelo “rico” post, Raquel.
Elaine,
muito obrigada! O fígado é no mais das vezes mau conselheiro!
Ah, mas eu adoraria saber o que Jane diria! Certamente não deixaria barato, e com elegância!
Adorei este artigo!
Nunca li nada das irmãs Bronte, vi o filme de Jane Eyre (do qual fiquei fã! acho que é uma personagem muito forte e independente, em tudo diferente das personagens de Jane Austen) e vi também o filme dos Montes dos Vendavais, do qual, ao contrário de Erika Saab, não gostei de todo…acho-o um tanto ou quanto melodramático e de um amor muito “tempestuoso”.
Quanto a esta “inimizade” de Charlotte Bronte para com Jane Austen… inveja, talvez… afinal, são duas escritoras contemporâneas (ou quase, julgo eu…?), quer quisessem ou não rivalizavam entre si…
Viva Jane Austen!
Laura,
muito obrigada! Acredito que as irmãs eram todas um bocadinho melodramáticas e não eram exatamente contemporâneas de Jane. Charlotte nasceu um ano antes da Jane morrer e a Inglaterra das irmãs Brontës já estava bem mais industrializada do que a de Jane Austen. As mulheres também já haviam começado a trabalhar mais fora de casa. Um período muito fascinante – para completar só lendo Elizabeth Gaskell…
Eu já sabia que a Charlotte criticava o estilo da Jane, já tinha lido as cartas no Republic of Pemberley (que alias merece post mesmo é muito bom)
Nem acho que a Charlotte tenha tido inveja da jane, acho apenas que o homem ofendeu os brios dela ao fazer uma critica aos escritos dela os considerando melodramaticos, e ainda mandando ela buscar estudo nos textos da Austen que ela parecia não apreciar muito os considerando superficiais, pelo que ela comentou sobre Emma e também O&P “I should hardly like to live with her ladies and gentlemen in their elegant but confined houses”
A Charlote alcançou sucesso com Jane Eyre, acho que ela não precisava invejar a Jane.
Mais não foi só a Bontë que sofreu criticas, a diferença é a forma a que ambas as responderam, enquanto a Charlotte fez criticas ácidas ao trabalho da Jane , Austen escreveu a paródia Plan of a novel according to hints from various quarters .
Gosto muito das irmãs Brontë, e agora estou lendo The tenant of Wildfell Hall.
Nique,
não sei se foi ego ou um ataque de fígado… mas não resisti a uma pequena maldade! Ainda não li o Plan of a Novel mas sei que critica o bibliotecário do rei que era quase um Mr. Collins e suas pretensões de virar personagem (ainda tenho uma biografia imensa antes do Plan!)
Eu gostei do Tennant. Estás lendo o original ou a tradução?
Estou lendo o original Raquel.
Nique,
perguntei pois li críticas de uma tradução dizendo que estava péssima e fiquei curiosa. Obrigada.
Raquel,
Não tinha lido esse post e adorei a delicadeza ácida do teu post, e me deliciei lendo a srta. Brontë “She ruffles her reader”, a quem ela quer enganar?
Grandes beijos!!!
Dálete
p.s. mesmo com essa ofensa a srta. Austen, que amamos, eu a perdoo e continuo gostando muito de Jane Eyre (LOL)
Dálete,
não é uma maravilha descobrir essas “rusgas literárias”?
lembrei-me disto (de uma crônica da claudia lage, no jornal rascunho):
Dizem que a escritora Virginia Woolf ficou tão impactada ao ler Bliss, conto de sua contemporânea Katherine Mansfield, que tomou um porre homérico e ficou gritando num bar: “Morro de inveja dessa mulher!”. Em algum lugar distante do centro de Londres, onde morava solitária, longe do frio, Mansfield lia cuidadosamente a obra de Woolf. “Como escreve bem!”, dizia por carta ao marido, “tão diferente de tudo e tão intrinsecamente próximo do mundo”.
http://rascunho.rpc.com.br/index.php?ras=secao.php&modelo=2&secao=3&lista=1&subsecao=65&ordem=2956&semlimite=todos
Nilton,
me parece que os sentimentos de Virginia e Katherine eram mais saudáveis do que os de Charlotte Brontë!
Fiquei integrada com o livro Razão e Sensibilidade publicado pela Martin Claret, tendo na capa a Charlotte Brontë! E comecei a pesquisar, se as irmãs Brontë gostavam de Miss Austen? Ai me deparei com seu texto e dei muitas gargalhadas. Acho que Charlotte deve estar se revirando no tumulo. kkkkkkk. Obrigada Raquel por me esclarecer a dúvida. bjs
Oi, acompanho o blog de vez em quando e adorei o post sobre Charlotte.
Eu adoro Jane Austen, tanto quanto as irmãs Bronte.
Acredito que cada uma tenha o seu estilo o seu jeito de romantismo, cada uma passa de maneiras diferentes que lhe vai na alma e no coração.
Me encantei tanto com Mr Darcy quanto com Heathcliff…
Acho que cada uma delas contribuiu para a nossa literatura mundial e eu seria incapaz de dizer que gostei mais de uma que de outra…
Todas são essenciais, ao meu ver…
Jéssica,
não resta e menor dúvida que ambas são essenciais para a literatura mundial. Seja bem-vinda!
para quem critica a suposta falta de profundidade de jane austen tal como a charlotte eu acho que deveria pensar melhor. Ja temos demais autores que exploram as paixoes e emocoes profundas e incontrolaveis de seus personagens ou que fazem criticas sociais mas autores como jane que descrevem com tanta classe compreensao e ironia o meio social em que vive numa linguagem tao clara direta e compreensivel a leitores de todas as epocas um legado essencialmente atemporal esse tipo de obra e dos mais raros e importantes de se encontrar pois significam acima de tudo um registro historico de uma epoca e da personalidade de diferentes personagens. é como se ao ler os livros dela os leitores fisessem uma real viagem ao tempo coisa que nao sinto quando leio melodramas das irmas bonte. pode-se fazer varias criticas a jane mas nunca podem chama-la de inverossimel tal como penso algumas vezes que personagens como heathcliff por exemplo é.
Luciana,
Charlote pegou pesado com Jane!
adorei ler as cartas e saber do assunto.
eu adoro Jane Eyre e também a obra de sua irmã. Austen tem minha preferência, mas seria um pouco ridiculo mesmo querer comparar de verdade as duas. Seus estilos são diferentes e apóio a revolta de Charlotte em defender seu melodrama.
Jane Eyre é sofrida, sonhadora, um desafio constante para se estabelecer em uma época que parece não adequada a sua “rebeldia” e falta de convenção.
Jane Austen escreve personagens que sofrem, mas nunca de um mesmo modo que jane Eyre. Acredito que a própria diferença na vida das escritoras também determina isso. Sem falar que as experiências tão reprimidas na vida de Austen parecem ter levado a personagens mais internas.
Adorei o post!
“Acho que “citei” Elizabeth Bennet por vias tortas!” haha, adorei o que você disse! Realmente muito interessante este post. Confesso que senti-me um tanto “ofendida” quanto as opiniões contrárias de Charlotte Bronte, sobre Jane. Sua personagem, Jane Eyre, é realmente muito cativante para mim… eu realmente a estimo com sinceridade, tanto quanto as personagens da J. Austen (ainda assim, elas são minhas prediletas). Eu amo as irmãs Bronte… identifico-me muito com elas e suas estórias. Mas bem, Sra. Charlotte Bronte, Jane Austen é a minha favorita – e eu não admito que fale assim dela! rs. “…but she cannot be great.”? RÁ! Sei… acredito.
“Pode-se fazer varias criticas a jane mas nunca podem chama-la de inverossimel tal como penso algumas vezes que personagens como heathcliff por exemplo é.” concordo plenamente com a srta. Luciana.