O livro Les Éditions françaises de Jane Austen 1815-2007, de Lucile Trunel, traz um estudo da história de edições francesas para a compreensão da recepção da obra de Jane Austen na França.
Para vocês terem uma idéia do livro traduzi, com o meu parco francês, a apresentação do editor:
A história das edições francesas de Jane Austen, desde 1815, fornece uma visão essencial para a recepção da escritora na França. Embora seus seis romances (Orgulho e Preconceito, Razão e Sensibilidade, A abadia de Northanger, Emma, Mansfield Park, Persuasão) fossem publicadas desde o início de francês, o que quase nunca deixou de ser, há um grande fosso entre a sua fama na França e na Grã-Bretanha, onde é considerada um das maiores escritoras britânica. Deste lado do Canal, que eleaé apresentaao como uma romancista “sentimental”, portanto, avaliadas, principalmente, pelos leitores do sexo feminino, o que pode ser explicado pela má qualidade das edições francesa publicados nos séculos XIX e XX. Embora muitas, especialmente nos últimos trinta anos, essas traduções de fato oferecem uma imagem distorcida da obra de Jane Austen.
Por que e por quem ela foi traduzida? Quando e por iniciativa de quais os editores? Este livro revela a qualidade das traduções, mas situa acima de todas as edições francesa em um contexto histórico e literário. Ele destaca as razões pelas quais Jane Austen foi publicada, ao lado de que outros autores, em quais coleções, especialmente para o público. Assim, pode-se identificar a imagem da romancista desenhada pelo mundo da edição francesa para os seus leitores.
Na tradição da bibliografia material, o “livro objeto” constituí um material de estudo importante, e todo o paratexto, primeira e quarta capas, apresentações, posfácios, ilustrações – são todos pistas valiosas para esclarecer como a romancista foi, ao longo do tempo, sendo “apresentado” aos leitores por seus editores, tradutores ou prefácio.
Próximo à linha dos “romancistas ingleses” ou entre as mulheres autoras “menores”, ela raramente é vista como um escritora de gênio, enquanto que no mundo de língua Inglêsa, a figura popular de Jane Austen, que hoje está se desenvolvendo dramaticamente está claramente dissociada de seu reconhecimento de longa data no mundo das letras. No entanto, parece que a evolução ocorreu na percepção francesa de seus romances, particularmente desde o final do século XX, que viu a “redescoberta” de Austen, o editor Christian Bourgois em particular, enquanto em paralelo paratextos acadêmicos de crítica ganharam maior importância. No entanto, a inflação de edições de bolso de baixa qualidade – muitas vezes impulsionado pela saída de adaptações para o cinema – mostra que a recepção de Jane Austen na França continua a se construir, e que esta grande escritora permanece subestimado por aqueles que leem traduções francesas.
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Sobre as traduções francesas de Jane Austen, principalmente as primeiras que saíram ainda em vida da autora já as mencionei em dois posts:
- “Palestra sobre traduções de Jane Austen no Goucher College“
- “Primeiras traduções francesas de Jane Austen“
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