Confesso que lendo a sinopse do livro So Odd a Mixture Along the Autistic Spectrum in Pride and Prejudice e o sumário abaixo não entendi a correlação do assunto com Orgulho e preconceito, mas um item me chamou a atenção: “Autism Spectrum Disorders for Janeites” ou minha tradução, “perturbações do espectro do autismo para Janeites”. Fica registrado aqui o livro e certamente se um dia conseguir por um bom peço, comprarei.
A autora do livro, Phyllis Ferguson Bottomer, membro da JASNA, é fonoaudióloga e trabalha com autistas no Canadá.
ONDE COMPRAR: eBay
ATUALIZAÇÃO: Leiam o comentário de Luiz Henrique que esclarece alguns pontos e remete a outras opiniões.
SUMÁRIO
1. Introduction. 2. Characters, Caricatures and Conversation. 3. Background. a. Autism Spectrum Disorders for Janeites. b. Pride and Prejudice for Autism Experts. 4. The Bennet Family. 5. The Fitzwilliam Family. 6. Happily Ever After. 7. How did Jane Austen Know?
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Fiquei curioso. Talvez só lendo mesmo para saber se o livro trata de algo pertinente ou se é mais um daqueles casos em que usam o nome e a obra de Jane Austen para atrair a atenção. Sempre torço pela primeira opção.
Júnior,
eu também. Não parece ser oportunismo, pois a autora faz parte da Jasna, mas nunca se sabe. Se um dia eu comprar o livro, prometo que escrevo minha opinião.
Uma resenha mais pra desfavorável [inglês]:
http://www.autism-blog.net/2008/07/review-so-odd-mixture.html
O argumento principal do resenhista é que a autora, por trabalhar com autismo, tende a enxergar autismo em tudo, inclusive nos personagens de O&P. Mas a parte final da resenha destaca alguns capítulos interessantes.
E vemos que o título do livro é tirado literalmente da descrição de JA da personalidade de Mr. Bennett: “so odd a mixture of quick parts, sarcastic humor, reserve, and caprice, that the experience of three and twenty years had been insufficient to make his wife understand his character”
Eu particularmente desconfio que, como muitas vezes em Jane Austen, há uma sutileza no texto, e a descrição de Mr. Bennett descreve mais Mrs. Bennet, ou a forma como ela vê o marido, do que ele propriamente. E também acho que a descrição cai bem pra qualquer pessoa, do ponto de vista de uma arguta observadora da natureza humana como Jane Austen. Afinal, quem é capaz de entender totalmente a personalidade do outro, não importa há quantos anos o conheça?
Pra mim, se Mr. Bennett tinha Síndrome de Asperger, eu sou o Papai Noel rsrsrs.
Não fiquei com vontade de ler não, ainda que o currículo da autora seja respeitável:
http://www.jkp.com/catalogue/author/1638
Mas acho bem possível que ela tenha juntado duas de suas paixões, o estudo do autismo e Jane Austen, de forma um pouco forçada.
Abraços
Luiz Henrique
Luiz Henrique,
também acredito que a frase “so odd a mixture of quick parts, sarcastic humor, reserve, and caprice, that the experience of three and twenty years had been insufficient to make his wife understand his character” descreva a inteligência limitada da senhora Bennet do que o marido. E se o livro baseia-se principalmente nessa frase eu diria que a autora deveria ler mais Orgulho e preconceito.
Mas é claro que é tudo dedução de minha parte. E sim, tem pessoas que ficam obcecadas com alguns assuntos e tudo se reduz a um só tema. Mas ainda estou curiosa como ela trata as/os janeites com possível autismo!
Vou dar uma olhada nos links e colocarei um link no post para seu comentário que foi muito esclarecedor. Obrigada!
“Mr. Bennett tinha Síndrome de Asperger”
Como??? Se a síndrome faz com que seu portador não consiga distinguir ironia, sarcasmo?
Elaine,
esta foi a incoerência que mencionou Luiz Henrique.
Fiquei curiosa, pois não entendi muito bem a relação entre os assuntos. No link do e-bay tem uma descrição do livro:
“Looks at eight seemingly diverse characters in Austen’s classic novel, Pride and Prejudice , who display autistic traits. These characters – five in the Bennet family and three in the extended family of the Fitzwilliams – have fundamental difficulties with communication, empathy and theory of mind”.
Realmente interessante, utilizar os personagens que conhecemos tão bem para informar sobre características do espectro autista.
Elaine,
acabei de ler e responder o comentário do Luiz Henrique e ele nos remete a outros links. Ao que tudo indica a autora deu uma forçada de barra, pois ao fim e ao cabo somos todos um bocadinho autistas!
É, aí a coisa ficou estranha. Achei que ela estivesse destacando algumas características dos personagens que se encaixam no espectro autista (as características), pois é plenamente possível que tenhamos uma ou outra dessas características sem sermos autistas – daí vem a dificuldade de diagnóstico de muitas desordens desse espectro, e também porque se fala em “espectro” autista. Mas se ela vai concluir que nada menos oito personagens do livro são autistas… Fica complicado.
Elaine,
todo mundo. Os Bennet, os Darcy e ao que tudo indica, todo/as janeites! Exagerou, não?