Não há tantos homens ricos como mulheres bonitas que os mereçam é o romance da portuguesa Helena Vasconcelos com o título inspirado na célebre frase do primeiro capítulo de Mansfield Park. Sempre fico contente quando vejo livros ou artigos inspirados por Mansfield Park pois creio que é a obra mais negligenciada de Jane Austen. O livro já está em pré-venda no site da editora Quetzal. E também já vai para “lista de desejos Austen”!
Não posso dar minha opinião sobre o livro pois não o li, mas vocês podem ter uma ideia com a sinopse abaixo.
SINOPSE
Uma resposta contemporânea aos romances e às heroínas de Jane Austen.
Helena Vasconcelos é uma profunda conhecedora da obra de Jane Austen e, neste seu primeiro romance, põe em contraponto o universo da escritora inglesa de oitocentos e o da heroína contemporânea, Ana Teresa DeWelt, jovem mulher do século XXI, que procura a felicidade, estudando incessantemente os seus indícios e ensinamentos, ainda que velados, na prosa austeniana. O papel das jovens adultas na sociedade do fim do século XVIII e início do século XIX (com os seus ritos, costumes, valores e preconceitos) não é certamente o mesmo nos dias de hoje. Muitas coisas mudaram nas sociedades e na maneira como valorizam, ou não, a mulher, mas nem tudo mudou.
Este divertido romance, cujo título foi retirado de Mansfield Park, é também uma sátira de costumes e cumpre a «agenda» dos livros de Austen: debaixo da aparência de normalidade e conformidade com as regras (também literárias), observa e critica com ironia e subtileza, os meandros da família, da amizade, do interesse material, do desejo e do amor.
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Eu amo tanto Mansfield Park! Não entendo porque as pessoas menosprezam tanto a pobre Fanny, fora que o livro contém uma excelente dupla de “vilões”, os irmãos Crawford são ótimos personagens, e sempre fico rindo quando lembro do desfecho da Mary (nada mais de segundos filhos pra ela, pobrezinha).
Me encantei com essa sinopse, vou ficar de olho caso suja a oportunidade de adquirir um exemplar. Muito obrigada pela indicação!
Pat,
não morro de amores pela jovem Fanny mas a entendo. Gosto, ou melhor, morro de pena da Fanny menina nas mãos da tia Norris, uma das bruacas mais bem construídas de Jane Austen.
Nem me fale nos Crawford, sou apaixonada pelo Henry!
A Fanny é meio complicada, mas eu gosto muito dela; deve ser coisa de introvertida mesmo, como a Rebeca disse abaixo. Aliás, minhas mocinhas favoritas tendem a ser as quietinhas, meio introspectivas (Elinor, Anne e Fanny pra mim estão acima até da queridíssima Elizabeth Bennet, haha). Também sou apaixonada pelo Henry (cheguei a torcer por ele na 1ª leitura, hahaha, inocente), e também sou fã da Mary, sei lá porque, mas acho ela de uma “vilania” quase cômica. Não consigo ter raiva dos Crawford (assim como não tenho raiva da Lucy Steele, mesmo ela sendo a rival da minha protagonista favorita), acho que eles agitam os acontecimentos de uma forma muito boa.
O ponto fraco de Mansfield Park pra mim é o Edmund, não consegui simpatizar com o personagem, pra mim é o “mocinho” mais fraco (ou o único fraco, todos os outros são apaixonantes) que a Jane criou.
Ps: falei demais no off-topic, desculpe!
Pat,
bem-vinda ao clube das admiradoras de Henry Crawford!Sobre o Edmund, concordo com você em tudo e acrescento, um fracote!
Não falou demais coisa nenhuma, a conversa está muito da boa!
Mansfield Park foi o último livro da Austen que li e logo se tornou um dos meus preferidos. Gostei do título, da sinopse e principalmente da capa desse livro. Quem sabe um dia eu compro?
Aline,
mais cedo ou mais tarde vou comprar para meu acervo como faço com todos os livros que posso, mesmo não gostando, exceto de editoras picaretas que não entram nem no blog nem na biblioteca.
Mas este livro também me deixou curiosa e muito. Se você comprar antes de mim nos conte o que achou do livro, por favor!
Eu não entendo por que “Mansfield Park” é tão deixado de lado. É um dos meus preferidos da Jane – e da vida! Por coincidência, não é que eu o estou relendo essa semana? E, nossa, todas as vezes me surpreendo em como tudo é cuidadosamente pensado e construído, em como é perfeito esse livro. Na verdade, eu sinto uma profundidade mais intensa em MP.
Se eu tiver que me aventurar em um mestrado, acho que arriscarei a tirar uma lasquinha que seja de análise e pesquisa dele.
A Fanny é uma das minhas personagens favoritas. Sinto uma identificação e uma simpatia fortes por ela, desde a primeira leitura. Por isso fico até meio amuada quando falam mal dela… hehehe. Acho que introvertidos tendem a se conectar logo com a Fanny.
Tem um trecho que eu usei na minha monografia que falava do Darcy, mas que encaixa com a Fanny também. Que Jane Austen não demonstrava na sua obra que a virtude tem um aspecto agradável – e os desajeitados sociais podem não parecer tão atrativos quanto pessoas/personagens, mas eles são os que valem a pena. Jane faz contrapontos: Darcy e Wickham, Fanny e Mary. E não é que os charmosos estão do lado negro da força? Aliás, eu detesto Mary Crawford!
Vou copiar aqui porque o autor explica melhor:
Austen, como sempre – e ao contrário da opinião comum sobre ela – sugere que boas maneiras não são sempre um sinal de virtude. […] Austen é sempre um pouco desconfiada das maneiras sedutoras, pois ela reconhece que a virtude tem um lado duro e até mesmo desagradável. […] Austen não sugere que todas as coisas boas andam juntas. Ela não defende o Sr. Darcy […] em sua falta de amabilidade, mas ela defende a virtude. E até certo ponto ela desconsidera a importância das maneiras atraentes. Há uma linha tênue entre usar a conversa para fazer os outros se sentirem mais confortáveis e usá-la para chamar a atenção para a seu próprio bem-estar. (RUDERMAN, 2004, p. 77. Tradução Nossa.)
Desculpa, Raquel! Transformei o post numa Defesa a Mansfield…
Beijos e até mais!
Oi Rebeca, amei seu comentário! É sempre bom encontrar outras fãs defensoras de Mansfield Park e da Fanny 🙂
Rebeca,
muito bom saber esses detalhes. De Fanny, gosto e morro de pena quando menina, depois de mais velha acho um pouco arrogante em suas certezas. Tenho uma queda pelas desaforadas, heroínas ou não!