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Lembrei de “Ensinamento” de Adélia Prado, que já mencionei aqui no blog, conversando com minha amiga Na sobre filmes melosos e com finais mais melosos ainda e que quase matam você se tiver diabetes.

Adoro este poema e hoje o coloco em destaque pois tenho certeza que Jane Austen concordaria com esta definição de amor de Adélia.

E para ilustrar, um ato de amor: Cassandra cozinhando enquanto Jane escreve, no filme Jane Austen Regrets.

Ensinamento

Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
‘Coitado, até essa hora no serviço pesado’.
Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.

Adélia Prado  Poesia Reunida, Siciliano, 1991

 

Adélia Prado, Jane Austen e o amor
Adélia Prado, Jane Austen e o amor

 

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13 comentários

    1. Marcia,

      Adélia é amorosa, é forte, é menina. Nada de feminismos rastaqueras que se vê por aí. É coisa linda de se ver.

  1. Concordo plenamente! Hoje em dia as pessoas parecem estar viciadas em “muletas sentimentais”, incrementos ou coisas do tipo. A forma mais bonita de sentimento é a mais simples de todas, sem muito mel ou feninismos moderninhos! Acho que muito da forma de Jane falar de amor em seus livros vem desta simplicidade (como a cena acima), é algo leve, singelo, não precisou de sensualismo também, é por essas e outras que essa mocinha é apaixonante!

  2. Amei a poesia, tão linda, não conhecia a autora, acho que vou a procura de mais. obrigada pelo compartilhamento

  3. Tantos textos e tratados sobre o amor e talvez tenha sido Adélia quem o descreveu plenamente. E coisa mais linda ver Adélia e Jane juntas de alguma maneira. Só você mesmo, Raquel! Ganhei meu dia.

    Grande beijo.

    1. Cássia,

      também ganhei meu dia, digo minha noite (que será longa) com seu comentário carinhoso!

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