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Semana passada a Jacqueline Plensack me contou que havia entrevistado o ator Maxwell Glick que fez o papel de Mr. Collins na série The Lizzie Bennet Diaries e perguntou se eu queria publicar aqui no blog. Vocês já imaginam que em se tratando de meu querido Mr. Collins, me derreti. Obrigada, Jacqueline!

A entrevista foi realizada por Jacqueline em 07/01/2013, via Skype e a tradução é de Mayra Nakamura. O início é sobre as webséries e a partir da metade Jacqueline caprichou nas perguntas sobre Mr. Collins!

Maxwell Glick, Mr. Collins em Lizzie Bennet DiariesPrimeiramente, me diga: Maxwell Glick, ator. Você é de NY, estudou na Universidade de Boston, é cantor, músico, compositor…

Maxwell Glick: Você fez sua pesquisa (risos ).

E você trabalha como ator de teatro, de TV, de web e ainda é dublador e narrador. Certo?

MG: Sim, você esta correta.

Pelo que eu vi, você esteve em muitos webshows, como lonelygirl15, The Lizzie Bennet Diaries, Night of The Zombie King.. Eu tenho algumas perguntas pra você aqui. Primeira de todas, quando você começou a considerar a internet e o YouTube como uma plataforma de trabalho? Qual foi seu primeiro projeto na internet?

MG: Meu primeiro projeto foi lonelygirl15. Na verdade, foi uma das primeiras coisas para qual eu fiz uma audição quando me mudei pra LA. Eu tinha ouvido falar sobre ele antes de me mudar e pensei que era bem legal. Eu só fiz uma audição com centenas de pessoas, eles gostaram do que eu fiz, eu acho (risos). E desde então, não houve nada parecido ainda. Foi realmente bacana fazer parte de uma coisa que foi a primeira do seu gênero. E isso foi por volta de… Deus, cinco anos atrás! Então, sendo umas das primeiras coisas que eu fiz desde que cheguei aqui, eu pude ver quão legal realmente era trabalhar com internet. Ser exposto a isso tão cedo foi muito legal pra mim.

O que você sabia sobre projetos na internet antes de fazer a audição para lonelygirl15?

MG: Bom, antes de lonelygirl15 eu não acho que muitas pessoas estavam fazendo trabalhos específicos para internet. Isso foi mais ou menos quando começaram a utilizá-la para produzir conteúdo original. Então, isso foi um pouco geek, essa nova mídia para contar histórias.

E como você escolhe os projetos de internet para o qual vai tentar as audições? Como você resolveu fazer audições para The Lizzie Bennet Diaries e The Night of The Zombie King…?

MG: Bem, normalmente as audições são anunciadas num site para atores chamado Actor’s Access.  Você procura por lá e eles te fornecem os papeis que se encaixam no seu perfil. Então, eu conheço meu perfil (risos)… Normalmente procuro personagens de vinte e poucos anos, ligeiramente nerds e, em Lizzie Bennet Diaries, obviamente o Sr. Collins foi com o qual me identifiquei pela descrição. É muito parecido com a audição para TV: sua headshot (vídeo com suas melhores atuações) é apresentada, eles te contatam para a audição e então você vai até lá e…

A mágica esta feita!

MG: Exatamente! (risos) A mágica esta feita! E eu consegui!

E qual a principal diferença entre atuar na TV e atuar na internet?

MG: A maior diferença é a interação com os fãs e a resposta instantânea. É o que faz ser tão mais legal. Você grava um episódio, duas semanas depois esta na internet e, de repente, BOOM! Na mesma hora os fãs estão comentando e dizendo o quanto eles gostaram… é toda a interação envolvida. E não só apenas com você, mas o com o programa como um todo, isso se expande porque os personagens têm Twitter e eles também estão interagindo. Ter um show na internet tão bem sucedido assim cria toda uma experiência para os fãs que fazem parte disso, é muito bacana ver como eles se envolvem com o que a equipe faz. Isso é muito legal.

Quando você realizou a audição para LBD, já sabia que sua personagem deveria ter uma conta nas redes sócias?

MG: Sim, eu sabia. Eu sabia tudo o que estava acontecendo. Comecei a assistir a série antes da audição, então isso definitivamente ajudou a conhecer o estilo do programa e o que estava rolando, então, sim, eu sabia (risos).

Vocês têm algum envolvimento com as atualizações dos Twitters e dos operfis nas outras redes sociais?

MG: Não, eu não tenho. Isso é tudo trabalho da equipe de criação. Bernie controla muito dessa parte. Ele escreve muitos tweets do Sr. Collins e eles têm toda a equipe transmídia para lidar com isso e é muito legal.

O bacana é que você consegue seguir a si mesmo como personagem no Twitter.

MG: Sim, eu sigo (risos)! Eu já mandei um tuite para ele.

E sobre o ritmo? Qual a principal diferença entre gravar para a TV – eu sei que você esteve em Castle – e para um webshow?

MG: Hoje em dia não há mais tanta diferença, na verdade. Obviamente que na TV existe uma tonelada de dinheiro. Quando você esta num show para TV a verba que eles possuem é abundante. Então eles podem fazer muito mais com o figurino ou os cenários. Mas quando você esta num webshow de alta qualidade como Lizzie Bennet Diaries, está trabalhando com pessoas muito talentosas e habilidosas, e eles são inteiramente capazes de realizar produções de TV com alto orçamento. Existem muitos webshows que não estão no nível de LBD, essa pode ser a diferença. Mas trabalhar em Lizzie Bennet e trabalhar na TV seria similar por conta das pessoas envolvidas no show, apenas o orçamento que é fantasticamente diferente. E também em Lizzie Bennet nós filmamos muitos episódios num mesmo dia. Nós conseguimos gravar muito mais rápido dessa maneira, enquanto na TV você leva uma semana inteira para apenas um capítulo.

Em sua opinião, a internet esta “matando” a TV através dos downloads e feeds legais e ilegais?

MG: Eu não acho que a TV morrerá tão cedo, mas acredito que seja apenas uma evolução. As pessoas podem consumir mídia como preferirem hoje em dia, o que é muito legal, então se você quer assistir Castle do seu iPad, você pode! E se você quer assistir The Lizzie Bennet Diaries e projetar na tela da sua TV, legal! Você pode fazer isso! O que eu acho é que as redes te TV estão com dificuldades para lidar com isso agora, mas é preciso se adaptar à Internet e isso estará nas mãos delas. A audiência dos canais de TV esta caindo ano após ano e cada vez mais pessoas estão assistindo produções do YouTube. (A TV) ainda não morreu porque existe uma ótima qualidade nas suas produções, mas as grandes redes terão que nos acompanhar.

Você tem alguma intenção de escrever seu próprio webshow? Porque eu assisti muitos dos vídeos seus vídeos com a Katie (Katie Wilson, comediante e namorada de Maxwell) e vocês são incríveis juntos! Você deveria escrever um sitcom.

MG: Obrigado! Esse é o ótimo lado da internet, você sempre pode criar uma ideia e coloca-la lá. Então, claro, eu penso sobre isso e talvez aconteça (risos). Eu nunca digo não para isso, mas neste momento eu estou focado no que estou fazendo. Não tenho tempo, estive tão ocupado esses dias, o que é ótimo, mas não vou descartar a ideia.

Esperemos e veremos. Antes estávamos discutindo os seus vídeos no Youtube e sobre Flashback Friday,  os vídeos que você fez com a Katie… Eu tenho visto muitos atores como você e gostaria de saber – apenas para registro – como você utiliza a mídia social para interagir com os fãs no seu trabalho do dia a dia?

MG: Eu estou constantemente no Twitter e acho que se um fã quer me contatar, eu tento dar o meu melhor para respondê-lo, tentando realmente alcançá-lo. Significa muito para eles. Eu me esforço para manter contato com os fãs porque eles estão assistindo meus trabalhos e essa é a razão deles fazerem tanto sucesso. Eu também mantenho contato através do YouTube e tento comentar o máximo possível. E, quanto a ser possível alcançar outras pessoas através destes meios, sim, eu definitivamente consegui empregos pelas mídias sociais, com pessoas que me contataram pelo Twitter e  pelo Facebook. Eu posso postar um link para mostrar o que estou fazendo tanto no meu YouTube, ou os trabalhos de dublagem que faço, então as pessoas podem ver quanto trabalho tenho em determinada área e podem me contatar através deles, o que é muito legal.

E agora eu tenho algumas perguntas das Janeites e fãs de LBD no Brasil, feitas a mim pelo Twitter e pelo Facebook. Como foi o processo de escolha de elenco? Como você descobriu e como resolveu tentar?

MG: Existe o Actor Access, aquele site que mencionei que mostra o processo de seleção dos programas. Então eu enviei minha headshot e fui chamado para a audição, onde li uma cena com a Ashley (Ashley Clements, intérprete da protagonista Lizzie Bennet). Era a primeira cena em que Ricky Collins aparecia, aquela onde ele encontra Lizzie na VidCon. E foi ótimo! Tudo correu muito bem, nós tivemos uma ótima química e (risos) eu acho que fui perfeitamente irritante o suficiente para interpretar o Sr. Collins (risos).

Você não tentou nenhuma outra personagem?

MG: Não.

E Bernie Su, Hank Green , Rachel Kiley ou qualquer outra pessoa da equipe de roteiristas deu alguma informação sobre como o Sr. Collins deveria ser? Como você deveria atuar?

MG: Sim, quero dizer, quando você vai para a audição de um projeto, geralmente você recebe um, vamos chamar de “resumo da personagem”, que descreve como ela é. Eu tive isso para me basear e eu tinha lido Orgulho e Preconceito, mas eu também queria fazer com que Collins um pouco mais adorável. Então, eu trouxe um pouco da minha visão e acho que Bernie e todos os demais gostaram. Então eles te dão uma breve descrição e você começa daí para criar sua própria personagem e vai para a audição.

Já que estamos falando sobre tornar o Sr. Collins mais amável, uma fã brasileira, Daniele, mencionou que, na verdade, o seu personagem foi o que ela sentiu estar mais próximo ao do livro onde dizia que ele tinha 25 anos, que de alguma forma é a idade apropriada. Ela diz também que ele é incoerente e desagradável, mas não completamente grosseiro, como vimos nas outras adaptações. Ela disse que você foi muito próximo ao personagem original.

MG: Nossa! Isso é um elogio e tanto. Eu acho que o fiz muito próximo ao livro, também. Pensei que os filmes tenderam a… Eu não sei, eles foram mais caricaturas… eles apenas não pareciam reais (risos). Eles apenas o fizeram parecer tipo… ewwwww! (risos).

E como você se preparou para o papel? Essa pergunta é da Amanda.

MG: Basicamente, eu peguei o script e foi até meio estranho porque já estávamos filmando alguns dias depois de eu ter conseguido o papel. Então, não houve muito tempo para eu realmente me preparar para ele. Pense: eu tinha uma ideia de como ele era e apenas segui com ela (risos). E acho que, conforme ficamos mais confortáveis com seu personagem, você consegue encontrar outras pequenas coisas sobre ele e acrescenta isso ao papel. Acredito que com o andar do show e como pude interpretar essa personagem um pouco mais, descobri aos poucos quem Ricky era.

Aquele cara solitário que tem uma noiva em Winnipeg, Manitoba! Foi uma boa adição à personagem. Eu gostei (risos).

MG: Eu amo a parte sobre Winnipeg também.

Essa é da Adriana. Você foi o primeiro personagem de grande importância introduzido depois de um longo tempo apenas com as quatro protagonistas. E você também foi o primeiro ator a aparecer na tela. Como foi a pressão de ser esse cara?

MG: Foi importante! Quero dizer, especialmente porque o show já era um sucesso e tanto, e entrar para ele no momento em que eu entrei foi uma pressão, particularmente porque as pessoas já tinham essa ideia em suas cabeças de como o ele era e porque Sr. Collins não é aquele tipo amável e eu realmente queria mudar isso (risos). Mas tudo terminou bem, foi ótimo!

Eu lembro que em seu primeiro vídeo, na VidCon, e muitos fãs te reconheceram de lonelygirl15. Muitos mencionaram sobre isso nos comentários.

MG: Isso foi muito, muito legal de ver.

E, por último, vocês todos sabiam que a proposta de casamento Collins-Charlotte-Lizzie acabaria sendo uma oferta de trabalho desde o início? Bernie disse que essa mudança foi umas das primeiras coisas a ser estabelecidas desde o início do show.

MG: Não, eu apenas soube quando peguei os scripts para o arco daquele episódio específico. Então, eu não sabia nada mais específico sobre a narrativa, eles tentaram manter segredo até recebermos o texto.

Isso foi legal, porque você teve o mesmo efeito surpresa que nós tivemos quando assistimos aos vídeos.

MG: Exatamente! Era sempre divertido receber os e-mails com os scripts. “Uau! Isso é legal” (risos).

Para terminar: algumas semanas atrás (a entrevista foi feita em 7 de janeiro de 2013) , você postou uma foto no Twitter com sua professora de Inglês e disse que você devia tudo que aprendeu sobre Jane Austen a ela. Você era fã de “Orgulho e Preconceito” antes da audição para o show?

MG: Sim! Eu li o livro no Ensino Médio e realmente gostei dele, especialmente pela minha professora de Inglês. Me interessei pela história através dela, e foi muito importante ter este conhecimento para fazer uma adaptação. Foi muito, muito legal. Nunca sequer passou pela minha mente que um dia eu estaria em algo como  Orgulho e Preconceito (risos). Nunca veio a minha cabeça, mas eu sempre fui um fã do livro e assisti aos filmes, e conseguir participar foi ótimo.

Ela viu os vídeos com a sua atuação?

MG: Ah, sim. Ela assistiu cada episódio.

Ela disse alguma coisa sobre seus alunos? Eles assistem aos vídeos? Eles deram um retorno a ela?

MG: Eu não sei se eles assistem, não perguntei sobre seus alunos, mas eu tenho certeza que alguns deles assistem.

E você já foi reconhecido nas ruas ou no supermercado por ser o Sr. Collins ou outro personagem?

MG: Sim, já fui reconhecido, o que é bem bacana (risos)! É estranho também. Fui reconhecido uma vez num restaurante e outra vez numa loja… É legal! (risos).

E apenas uma última pergunta porque eu esqueci desta, que é muito importante. Você assistia LBD antes de ver o anúncio para a audição no Actor’s  Acess? Naquela época você já sabia que o show era um grande sucesso?

MG: Sim, eu tinha visto cada episódio antes da audição (risos)! Eu sabia tudo sobre ele.

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3 comentários

  1. Que entrevista deliciosa, Raquel! O Max é muito carismático e fez um Mr.Collins estranhamente apaixonante. Nunca imaginei que fosse gostar tanto dele x3

    Vou divulgar essa entrevista, pois a achei sensacional!

    Mil beijos!

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