A carta do Capitão em português de Portugal é a tradução de Leyguarda Ferreira e foi publicada em 1944 na coleção “Obras escolhidas de autores escolhidos” da editora Romano Torres. Eu copiei a carta de meu exemplar de 1954.
«Não posso calar por mais tempo o que sinto e devo tentar fazer-me compreender por todos os meios ao meu alcance. Vivo um momento de incerteza e de esperança. Diga-me que não é tarde, que no seu coração, espero-o, não morreram os sentimentos de outrora. O meu pertence-lhe hoje muito mais do que quando o despedaçou há oito anos. Um homem não esquece mais depressa do que uma mulher, como há pouco afirmou, e o meu amor não foi efêmero. Nunca amei outra mulher. Injusto, fraco e ressentido fui talvez, mas nunca inconstante. Só a Anne me trouxe a Bath e tem ocupado constantemente o meu pensamento. Não deu por isso? Será possível que não tenha adivinhado o meu anseio? Quanto a mim, não teria esperado estes dez dias se me fosse fácil adivinhar os seus sentimentos. Quase não me atrevia a escrever-lhe, mas as suas palavras de há pouco deram-me coragem. Agora fala mais baixo, mas os sons da sua voz não deixam de me afagar os ouvidos. «Bons e nobres…» faz-nos justiça; ainda crê que possa existir afeição e constância nas almas masculinas. E existem, de facto, no coração do seu fervoroso e dedicado
F. W.»
«Retiro-me na incerteza, mas brevemente voltarei ou tentarei reunir-me ao seu grupo. Uma palavra ou um olhar será suficiente para eu saber se deverei ir esta noite a casa de seu pai, ou… nunca mais.»
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