Não canso de repetir: sem traduções não podemos ler obras maravilhosas.
Esta semana a tradutora e historiadora Denise Bottmann do blog não gosto de plágio (link ao lado) participou do Colóquio de Tradução realizado na Unimep (Piracicaba). O tema central foi “a presença de um tradutor em seu texto, voluntária ou não, consciente ou não” sobre o qual ela escreveu os três posts abaixo:
- colóquio de tradução na unimep: marcas
- colóquio de tradução na unimep: autoria e responsabilidade
- colóquio de tradução na unimep: marca pessoal e invisibilidade
Maria Luiza Borges, também tradutora, concedeu uma entrevista a Carta Fundamental: “O segredo de traduzir“, onde menciona, entre muitos temas interessantes, uma tradução de Razão e sensibilidade:
CF: O que é uma boa tradução?
Maria Luiza: É a que proporciona ao leitor uma experiência tão próxima quanto possível à que ele teria lendo o original. Quanto mais a tradução “transmite” (estilo, atmosfera, registro, ritmo, humor), melhor. Alguma coisa se perde necessariamente no processo. Robert Frost (poeta norte-americano, 1874-1963) chegou a dizer que “poesia é o que se perde na tradução”. Manter o humor pode ser um desafio também. Passei os olhos pouco tempo atrás numa tradução de Razão e Sensibilidade, de Jane Austen, em que a ironia, que banha tudo no original, havia desaparecido. Ou seja, era outra obra.
Como vocês já devem ter lido aqui no blog, há traduções e traduções, sutilezas e barbaridades e por aí vai. Eu, por exemplo, descobri recentemente algo que denominei Vitamina de Tradução – a criatura apanha pedaços de várias traduções, mistura tudo, acrescenta alguns elementos para dar liga… et voilá! Habemus librum.
Diferente do meu latinório bobagento, o texto de Denise e a entrevista de Maria Luiza estão em linguagem totalmente compreensível e agradável. Podem ler sem susto!
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quaquá, Vitamina de Tradução, que ótima designação!
obrigada pelas referências.
Denise,
que é que agradeço teu trabalho e de muitos tradutores que nos permitem ler obras que outra maneira seria impossível!
Que ótimo. Vou ler os textos indicados.
Fiquei curioso para saber a qual tradução de “Razão e Sensibilidade”, Maria Luiza Borges se referiu…
Júnior,
não sei qual tradução ela se refere.
Muito bom!