Nunca pensei que um dia sonharia com Jane Austen. Raríssimas vezes lembro do que sonho e quando lembro esqueço quase de imediato. Pois bem, ano passado, já não lembro mais o mês, sonhei com Jane Austen. Nada de mais, afinal leio e escrevo sobre ela quase todos os dias. Mas o sonho foi de tal forma vívido que não esqueci e resolvi contar aqui no blog.

O sonho foi bastante simples. O lugar era indefinido mas havia chovido muito eu tinha em mãos um livro molhado quando Jane chegou no local. O livro era igual –capa e tipologia – ao exemplar abaixo do meu Ivanhoé (c. 1915-20).

Quando a vi, reconheci imediatamente. Seu rosto era praticamente igual ao retrato feito por Melissa Dring (veja imagem ampliada na bilioteca), com as bochechas um pouquinho menores e não tão coradas. Duas coisas me chamaram a atenção. Primeiro sua estatura. Era muito mais alta do que eu imaginava e muito magrinha. Segundo, usava um vestido feito com o tecido de minhas almofadas cor-de-rosa – com o detalhe do bordado e tudo – fiquei pasma.

Muito admirada com as coincidências e ao mesmo tempo encantada com a visita, que me abraçou como se fossemos grandes amigas, tratei logo de mostrar o livro que eu havia salvado das águas. Jane apanhou o livro, abriu em uma página qualquer e afastou a carcela* que avançava sobre a mancha do texto para que eu pudesse ler uma palavra: “thetned”. Olhei para suas mãos e pensei: que mãos bonitas, os dedos longos, as unhas bem feitas, parecem mãos de pianista!

E isto foi tudo. Não teve significado algum, mas foi muito nítido e agradável. Ao fim e ao cabo sonhar com Jane é sonhar com livros!

A foto abaixo são cadernos de um livro que estou restaurando (e não acabo nunca…) e mostra as carcelas, de papel japonês, que são colocadas para reforçar lombadas antigas de modo que se possa costurar novamente.

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12 comentários

  1. Puxa, Raquel! Deve ter sido mesmo fascinante sonhar com Jane Austen. Afinal, ela faz parte da sua vida de forma tão intensa e você está diariamente tão envolvida com ela.
    Já imaginou se o local desse “encontro” fosse Chawton House? Deixaria o sonho ainda mais inesquecível.
    Parabéns pelo post.

  2. O bom dos sonhos (sem maus ou bons, como foi o seu) é que eles, embora cheios de referências cotidianas nossas, não têm amarras. E melhor ainda é analisá-los pra ver se tiramos alguma conclusão de nós mesmos.

    Então, vejo Jung e Pedro de Lara lá, sentadinhos numa nuvem, dizendo: COSTURA logo esse livro, Raquel!

    1. Leticia,
      quase caio da cadeira de tanto rir com a dupla Jung e Pedro de Lara! Sim, tenho esse muitos outros aqui paradinhos da silva…
      Volto para o trabalho, antes de ter um pesadelo com a dupla!

  3. Nossa,que legal…sonhar com alguem que se admira muito e só não se conhece…pessoalmente!Hum,não lembro,mas não deve ter ocorrido algo assim comigo…

  4. Eu também gostaria de sonhar com Jane! Seria maravilhoso! 8D

    Mas da maior parte dos meus sonhos eu me esqueço ou, quando me recodo, eles não têm sentido algum… na verdade são muito chatos!

  5. Querida Raquel, já conheces a visão espírita dos sonhos? 😉 Beijinho com imenso carinho!

    1. Angélica,
      os sonhos não me dizem muito, pois os esqueço muito rápido.
      beijocas para você também!

  6. vai ver o espírito dela resolveu te fazer uma visitinha em sonho. pq ñ? eu acredito nessas coisas 😉

  7. Raquel,

    Acredito que foi um encontro entre duas amigas, pois com certeza Jane Auestn tem tanto carinho por você quanto você tem por ela.
    Obrigada por compartilhar sua intimidade.

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