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Razão, sentimento e economia não é um título de um livro mas uma brincadeira que me ocorreu quando recebi um presente do Nubank. Além da coincidência da cor, do cofrinho e da capa de Razão e sentimento, um dos assuntos mais discutidos do livro é o dinheiro e seu devido valor.

Neste post farei um resumo pois cada a menção ao dinheiro e/ou a falta dele em Razão e sentimento faz parte de um artigo maior que estou escrevendo e portanto me deterei apenas em uma conversa das irmãs Dashwood.

O livro para quem não conhece começa com a morte do senhor Dashwood que não foi cauteloso em deixar herança oficial para as filhas do segundo casamento, contando com os escrúpulos do filho do primeiro casamento para amparar as meias-irmãs e a viúva.

A senhora Dashwood ficou com três filhas para criar e por sua vez não sabia administrar o pouco que lhes restou para viver, não com o luxo que estavam acostumadas, mas dignamente, e não fosse por fosse pela filha mais velha, Elinor, certamente teria feito péssimos negócios.

No capítulo 17 temos um diálogo entre as irmãs Elinor e Marianne sobre os diferentes valores do dinheiro para cada pessoa. Falando sobre a ambição da mãe do pretendente de Elinor para que ele tivesse fama e dinheiro, a sonhadora e romântica Marianne pergunta:

Que tem a riqueza ou a fama a ver com a felicidade?

E a sensata Elinor responde:

A fama tem muito pouco, mas a riqueza tem muito a ver.

Marianne considera uma vergonha o que diz Elinor e rebate:

O dinheiro só pode trazer felicidade onde não houver mais nada para trazer. Além do necessário, não pode proporcionar satisfação real em si mesmo.

Elinor contemporiza e acrescenta:

O seu necessário e a minha riqueza têm muito de parecido, ouso dizer; e sem eles, no mundo atual, temos que concordar que todas as formas de conforto exterior estariam faltando. As suas ideias são apenas mais nobres que as minhas. Vamos, diga o que seria o seu suficiente?

Marianne prontamente declara:

Cerca de mil oitocentas a duas mil libras anuais; nada mais que isso.

Elinor ri e exclama

Duas mil libras por ano! Com mil eu estaria rica!

A sonhadora Marianne que repudia o dinheiro como motivo de felicidade precisa do dobro do valor do que sua irmã, a modesta Elinor que dá o devido valor ao dinheiro.

Todas as citações são tradução de Ivo Barroso publicadas pelas editoras Nova Fronteira e Saraiva.

Por fim quero agradecer aos atendentes do Nubank de um modo geral – sempre fui muito bem atendida por todos –, e em particular ao Cleber que me mandou o Purple Pig e uma linda cartinha. PS: Não terminei, ainda, Black MIrror!

Razão, sentimento e economia
Razão, sentimento e economia

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9 comentários

  1. Que legal Raquel, adorei a associação!
    Eu tenho Nubank há uns anos e gosto muito, adorei o porquinho, rs

  2. Oi Raquel, como vai?
    Gostei muito do post, e da maneira como você interligou os assuntos. Eu também tenho Nubank e gosto muito. Adorei o porquinho e a foto ficou ótima.

    1. Lia, sempre achei esse capítulo de Razão e sentimento um primor sobre o uso do dinheiro com discernimento.

    1. Cleber, agradeço mais uma vez seu atendimento e preciso confessar que me assustei com o episódio Playtest, mas assim que criar coragem volto para Black Mirror!

  3. Olá Raquel, acompanho seus posts há muito tempo, mas é a primeira vez que comento. Só quero dizer que sempre achei brilhante esse diálogo de Elinor e de Marianne. Gostei que você o colocou em destaque. E já que estou comentando, quero aproveitar para agradecer o ótimo trabalho que você faz, sempre nos atualizando sobre Jane Austen.

    1. Vanessa, muito obrigada, é um prazer saber que você acompanha e gosta da leitura do blog. Tem outro capítulo em Razão e sentimento que acho fantástico: Fanny Dashwood convencendo o marido, aos bocadinhos, em não ajudar em nada as irmãs e a madrasta.

      1. Muito bem lembrado esse trecho!
        Para mim está bem evidente que nele a Jane quis mostrar o quanto a Mariane era fora da realidade com seus devsneios românticos rs. 😂😄

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