Hoje, aniversário de São Paulo, onde moro há quase 20 anos, agradeço uma das maiores alegrias que esta cidade sempre me dá: os sebos.

Ontem, vindo de um almoço com uma amiga, passei por um sebo e lembrei que já havia comprado um livro sobre Emma naquele estabelecimento. Entrei e perguntei: você tem algum livrinho de Jane Austen, daqueles baratinhos, viu*? A resposta foi negativa mas o atendimento amável, os livros espalhados pelo chão e o banquinho baixinho, foram suficientes para eu sentar perto da prateleira onde vi alguns livrinhos da Penguin, velhinhos por demais. Adoro.

Blak Mischief e Decline and Fall (que eu queria, digo, quero muito ler) de Evelyn Waugh por três reais cada; The Warden de Anthony Trollope, por dois reais. Os dois primeiros edição de 1961/62 em papel jornal da Penguin Austrália e capas com desenhos de Quentin Blake e o terceiro uma edição condensada de 1950 em um bom papel e com ilustrações bico de pena de A. E. Batchelor.

Comprar apenas um livro, a não ser que seja muito caro, é algo que me deixa nervosa. Você dirá “mas já são três livros…”. Eu argumento: “mas nem gastei dez reais. Quem sabe acho mais um, só mais um…”. Pego distraidamente um que está por cima dos outros quase caindo no vão entre as prateleiras e só será resgatado quando o sebo mudar de endereço… capa sujinha, lombada estropiada e título quase invisível, mas espere… NORTHANGER! Aleluia, aleluia! Sim, da mesma coleção daquele meu Mansfield Park, sem as páginas de rosto e folhas recortadas (acho que ainda não falei dele por aqui).

O livro, pelo qual paguei apenas cinco pratas (merece menção tão nobre de dinheiro!) está todo riscadinho mas o papel está em ótimas condições, mesmo sendo de 1953.  E para completar esta edição da Collins traz não só Northanger Abbey mas também Persuasion.

Parabéns e obrigada, São Paulo!

* precisamos deixar claro que somos admiradoras de Jane e não compradoras da Christie Christie’s.

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26 comentários

  1. Raquel,
    Estou aqui embasbacada que conseguiste tão bons livros por tão pouco, e ainda Northanger Abbey. Com certeza tens que agradecer a São Paulo todo dia.
    Em julho tô aí de volta e, por favor, no itinerário tem que entrar um agrupamento de sebos.
    bjs e bom domingo, querida!

  2. Dálete,
    certamente será esse nosso roteiro da próxima vez! O Northanger é em inglês mas mesmo assim, uma delícia.

  3. Achar pechinchas em matéria de livros é como procurar imóvel: não adianta procurar na net, tem de camelar.

    E é tão bom escarafunchar, pegar aquele exemplar caído lá atrás, como você bem escreveu…

  4. Raquel
    se essa amiga for a mesma Mme. Lets que me acompanha em expedições sebísticas, te garanto: ela é pé-quente, viu? Sabe escanear uma estante muito bem, um “petácolo”.
    Bjs e viva São Paulo!

  5. Ricardo,
    a amiga que falo no post não era Mme. Lets, mas concordo contigo, que olhos de águia!

  6. Raquel, preciso te fazer uma pergunta, estava fuçando a internet e me deparei com o livro “Jane Eyre”. Eh o mesmo estilo dos livros da JA?

  7. Vanessa,
    Jane Eyre da Charlotte Brontë não é o mesmo estilo, foi publicado em 1847, portanto quarenta anos depois da morte de Jane e mostra outra época na qual as mulheres já começavam a trabalhar e retrata também outra classe social. Mas o livro é muito bom. Eu gosto muito do The Tenant of Wildfell Hall da Anne Brontë.

  8. Valeu pela dica! Assim que eu terminar de ler o livro q estou lendo agora, vou comprá-lo. Soh consegui achar a versão em português no site da Saraiva.

    Beijocas!

  9. Raquel, não recebi o email – foi pro xxxxxx? Estranho, não foi nem pra pasta de spams. Se ainda o tiver, poderia mandar novamente para xxxxxxx? Vou te mandar email anyway, agorinha – me avisa se receber. 🙂

  10. Bem-vinda, menina Lolla Moon
    os “xisis” são por conta dos stalkers. Já mandei mail.
    beijocas

  11. É verdade, temos que agradecer a São Paulo por seu grande número de sebos (de todos os estilos, tamanhos e preços).

    Assim como você, sebos me fascinam. Quando entro em um passo horas olhando, procurando… geralmente minha irmã se irrita com isso (ela não é tão fã de sebos e o odor de livro antigo, empoeiradinho – ás vezes emporeiradão, a deixa com uma alergia ferrada). Sair com um livro só de um sebo é muito triste!! Mas geralmente é o que acaba acontecendo, pelo menos comigo é assim…

    Fiquei curiosa para saber que sebo é esse que você foi. Não apenas pelos livros em conta (o sebo aqui perto de casa é tão caro que dá até desânimo), mas também pelo fato de você ter encontrado algo da Jane Austen lá (nos sebos que já fui eu só encontro Orgulho e Preconceito, muitas vezes nem isso).

    Beijoos e parabéns, como sempre, pelo excelente blog

  12. Camila,
    obrigada! Encontrei o livro por acaso mesmo. Esse sebo, eu não sei o nome, vejo livro na porta e jé entro feito doida.. mas fica na Fradique Coutinho. Os sebos perto de minha casa também são caros demais.

  13. Camila,
    obrigada! Encontrei o livro por acaso mesmo. Esse sebo, eu não sei o nome, vejo livro na porta e vou entrando feito doida.. mas fica na Fradique Coutinho. Os sebos perto de minha casa também são caros demais.

  14. Marie Tourvel, aqui é a Marquesa de Merteuil… (Brincadeira, brincadeira! É que vejo seu nick [ou nome mesmo] há tempos e acho tão bonito…

    Onde era o sebo do seu nono?

  15. Ora vejam quem se encontra aqui. Madame de Tourvel e a Marquesa de Merteuil…

    Também gostaria de saber onde ficava o sebo do nono.

    ass: Madame Sallaberry, Marechala de***

  16. Ai, Marquesa, só não mexa com meu Valmont. 😉

    O sebo do meu nono, Letícia e Raquel, queridas, era na Mooca. Mais precisamente na Rua dos Trilhos. Italianíssimo, né? :))))
    Obrigada por considerar bonitinho meu nome, Letícia. Vou dar um pulinho no seu linque, posso?

    Beijos a todos.

  17. Marie, você sabe que Ligações Perigosas foi “o” filme da minha juventude. “It’s beyond my control…”

    Na Mooca? Mais italiano, impossível! Mas pode ser que ele ainda esteja lá, com outro dono, não?

    Já vi/respondi seu comentário lá em casa, e logo logo te linco também. Bjs.

    PS.: Oi, Marechala! Como vai essa força?

  18. Olha eu usando a caixa de comentários da Raquel… uma folgada, né? :)))) Só para dizer que o sebo, infelizmente não existe mais. Funcionava como banca de jornais com sebo no fundo. Hoje funciona uma oficina mecânica no lugar. 🙁 Mas ainda tenho muitos livros de lá. Papai me presenteou com vários. Aliás, o primeiro livro que li em inglês foi da Jane Austen, Razão e Sensibilidade. Presenteei um grande amigo com ele. 🙂
    Beijos a todos.

  19. Marie,
    que bela surpresa saber que teu primeiro livro em inglês foi Sense and Sensibility!

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