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Jane Austen certamente admirava os abolicionistas. Deixou registrado sua admiração por um deles, Thomas Clarkson, de quem falarei  no próximo post.

A escravidão deixou de existir na Inglaterra no século 16 e há algumas sentenças conhecidas sobre o assunto. Em 1772, no caso Somerset v Stewart, o juiz Mansfield teria dito que “um escravo que colocasse os pés na Inglaterra seria livre”. Mas parece que a deferência cabe mais ao juiz Lord Henley que em 1762, no caso Shanley v Harvey, proferiu as palavras do caso Cartwright de 1569 (sobre um escravo russo),

As soon as a man sets foot on English ground he is free […]
Tão logo um homem coloque os pés em solo inglês, ele é livre […]

Mais algumas citações sobre escravidão na Inglaterra:

By the common law no man can have a property in another” and he added: “there is no such thing as a slave by the law of England”. (Juiz Hold – Smith v Gould, 1701)
Pela  common law nenhum homem pode ser proprietário de outro homem – e acrescentou – não há tal coisa, como um escravo, pela lei da Inglaterra.

“as soon as a negro comes into England, he becomes free; one may be a villein in England, but not a slave”. (Juiz Holt – Smith versus Brown & Cooper, 1705)
“tão logo um negro chegue a Inglaterra ele torna-se livre; qualquer um pode ser um vilão na Ingalterra, mas não [pode ser] um escravo.”

Mas os ingleses não estavam impedidos de negociar os escravos, transportá-los e tê-los em suas colônias e até mesmo tinham permissão para manter um escravo doméstico quando viajassem para Inglaterra. Diante desse fato e porque não dizer, hipocrisia, mais ou menos na época de Jane Austen, começaram as campanhas para acabar com escravidão. Foram várias etapas e leis. Em 1807 foi proibido o transporte de escravos por navios ingleses; em 1824 esse transporte tornou-se crime e finalmente em 1833 foi promulgada a lei que tornava crime a escravidão em todo o Império Britânico. Muitos foram os envolvidos, mas os nomes mais conhecidos são John Newton (autor do hino Amazing Grace), Thomas Clarkson, William Wilberforce, Olaudah Equiano, William Pitt (Primeiro Ministro), Hanah More etc.

O assunto é imenso e valioso mas não é o propósito do blogue e fiz o resumo apenas para termos uma idéia da época. Mais alguns dados nos links abaixo.

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2 comentários

  1. Um resumo de tudo isso que pode ilustrar muito bem o seu post: o quadro “O navio negreiro”, de William Turner, contemporâneo de Jane Austen. É uma obra de arte assombrosa.

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